quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Jornal emprega estagiários para atuação profissional

Em mesa-redonda realizada na quarta-feira (dia 1) na Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Santos, foi apresentado pela empresa proprietária de A Tribuna que contesta denúncias da Regional do Sindicato sobre a utilização de estagiários como mão de obra barata. Ocorre, porém, que o coordenador de curso de jornalismo de uma das faculdades revelou: “eles (estudantes) sugeriram a possibilidade de receber vale refeição, tendo em vista que permanecem muitas horas no estágio”.
A legislação de estágio prevê jornada reduzida para estágio, “que, exatamente, deve ser um rito de passagem e não atuação com carga horária, inclusive acima da estabelecida para os profissionais”, acentua o diretor regional do SJSP, Carlos Alberto Ratton, que representou a entidade sindical na mesa-redonda, na qual se fez acompanhar do advogado, Jefferson de Oliveira.
A constatação do sindicalista Carlos Ratton é a de que “nem os estagiários – ávidos em por em prática a teoria que aprendem - aguentam a exploração em A Tribuna. Eles (estudantes) foram convencidos que não estão trabalhando mas, graças a Deus, pela natural inocência juvenil e pela falta de habilidade da empresa, fica cada vez mais comprovado trabalho travestido de ‘estágio’ e, Infelizmente, com a cumplicidade das duas maiores universidades da região: a Universidade Católica de Santos (UniSantos) e a Universidade Santa Cecília (Unisanta)”.
Na mesa redonda, a Diretoria Regional do Sindicato apresentou troca de e-mails entre um coordenador de curso e estudantes com inúmeras provas de que os alunos exercem atividades profissionais, tirando vagas de jornalistas. Sem acordo, só restou a fiscalização que deve ser procedida pelo Ministério do Trabalho e Emprego e mesmo um pedido de acompanhamento para o Ministério Público do Trabalho – MPT.
“A par disso, a Diretoria do Sindicato promoverá outras ações para acabar com essa agência informal de mão de obra na qual A Tribuna faz pagamento de salários irrisórios e a universidade a certeza de receita, com o pagamento da mensalidade”, diz o presidente do Sindicato dos Jornalistas, José Augusto Camargo, lembrando que “estágio fraudulento é crime contra a organização do trabalho”.
Carlos Ratton entende que “já que a universidade não se preocupa, cabe ao Sindicato dar noções de ética, dignidade, respeito profissional, garantias trabalhistas e outros. Trabalhar em troca da mensalidade e, ainda ter que pedir vale para se alimentar, é demais!” E completa: o que é mais “engraçado” nesta triste história é que os estudantes não têm a menor noção do valor do vale refeição de A Tribuna, que é de R$ 12,00 – “valor que dá bem para três pastéis no Carioca e um refrigerante!”

Fonte: site do SJSP

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