quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Em seminário, jornalistas e sociedade debatem liberdade de imprensa e ética

Por iniciativa da Comissão de Ética e com apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo - SJSP, será realizado, no dia 15 de setembro, às 19 horas, no auditório Vladimir Herzog (rua Rego Freitas, 530, sobreloja) o seminário “A liberdade de imprensa e a Ética na Comunicação”. O evento é aberto a profissionais jornalistas, representantes de empresas de comunicação e a toda a comunidade interessada em discutir a cobertura jornalística com responsabilidade e respeito aos cidadãos tanto na condição de fonte, quanto de leitor, ouvinte ou telespectador.
Para o seminário, que terá a duração de duas horas, foi convidada à mediação a jornalista Denise Fon, integrante da Comissão de Ética, bem como, à mesa dos debates, representantes de entidades como Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho Regional de Medicina, ACAT/ONU (Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura), Pastoral Carcerária, dentre outras entidades, bem como vítimas de noticiários, os quais “optaram pela abordagem não apenas de pré julgamento, mas, especialmente, à execração pública”, diz o José Augusto de Oliveira Camargo, presidente do SJSP.
Para a membro da Comissão de Ética, Denise Fon, o evento vem em um momento importante e o seu o objetivo “é o de alertar aos jornalistas para que observem os princípios éticos, quando da realização de seu trabalho, respeitando as fontes, ouvindo todas as partes e, especialmente, não pré-julgando suspeitos”! Denise Fon diz estar “alarmada com a enorme quantidade de denúncias contra jornalistas que chegam diariamente na Comissão de Ética”. Aliás, conforme constata, “já começam a chegar casos os quais não são da lavra de jornalistas, mas de ‘fazedores’ de notícias, pois, o entendimento geral depois da decisão do STF é o de que qualquer um pode ser jornalista!”
“Infelizmente, é na televisão que temos assistido o maior número de casos de flagrante desrespeito aos direitos humanos, diretos de cidadãos, e mesmo linchamentos morais, em programas os mais diversos nas emissoras de TV, tanto na capital quanto no interior de São Paulo”, aponta Alcimir Carmo, secretário do Interior e Litoral no SJSP, e um dos organizadores do seminário. Carmo cita exemplos célebres como Escola de Base, Bar Bodega, e também recentes, “como programas que expõem pessoas ao ridículo, pelo desrespeito a princípios elementares do jornalismo e da decência humana”.
Outra preocupação do Sindicato dos Jornalistas para com a categoria é a utilização de profissionais do jornalismo como garotos-propagandas em anúncios de produtos ou serviços de patrocinadores dos programas de TVs. “Além de constrangedor para o profissional, a prática desse tipo de utilização da imagem do jornalista associada ao produto ou serviço o descredibiliza, especialmente, quando a empresa patrocinadora é alvo de investigação ou condenação na Justiça”, lembra Alcimir Carmo, mencionando, como exemplo, “o caso de uma empresa de jogos de azar (que vendeu cartelas para sorteio de prêmios, inclusive em dinheiro) e que anunciava numa emissora de televisão, teve seu produto suspenso pela Justiça e essa notícia sequer teve lugar nessa emissora, a qual, não apenas veiculava a publicidade, mas, através de seu jornalista, também divulgava o produto considerado ilegal!”
Esses e outros casos ilustram o dia-a-dia do jornalismo em São Paulo e, certamente, no Brasil. Integrantes das comissões de ética estão preocupados com os rumos dos programas que, parece, preocupam-se apenas com o índice de audiência e alguns “profissionais”, guiados por esses pontos, perderam a noção de respeito – inclusive a si próprios!

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