quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Rádio e TV: primeira rodada de negociações

Os patrões atenderam solicitação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo e deram início às negociações da Campanha Salarial de Rádio e TV de 2010. Na manhã desta terça-feira (dia 24) as diretorias se reuniram para dar encaminhamento à pauta de reivindicação já encaminhada a mais de um mês aos empresários. A data-base da categoria é 1º de dezembro.
Nesta primeira rodada, os patrões utilizaram a mesma tática de oferecer índice abaixo da inflação (ofertaram 5%), mas concordaram em estabelecer um calendário de negociações que se encerrará antes do Natal. Assim, ficaram marcados novos encontros para os dias 2, 8, 15 e 20 de dezembro, com possibilidade de prorrogação. Os empresários se comprometeram a manter a maioria das cláusulas da Convenção Coletiva assinada na Campanha do ano passado.
Os jornalistas de Rádio e TV da Capital, Litoral e Interior reivindicam 8,8% de reajuste salarial (ou seja, o INPC do período + 3% de aumento real), além de piso unificado de R$ 1.600,00 (para 5 horas de trabalho) e recomposição de 2,34% a título de perdas salariais dos últimos 10 anos (estimada em 7,17% de 2000 a 2009).

Lucratividade


Levantamento realizado pela Assessoria Econômica do Sindicato mostra que os empresários de Rádio e TV têm plenas condições de proporcionar o aumento real e recompor perdas históricas da categoria. Só para ter uma ideia basta dizer que as empresas de TV tiveram um salto no faturamento publicitário da ordem de 289%, que saltou de R$ 3,5 bilhões em 1996 para R$ 13,6 bilhões em 2009. No mesmo período, o INPC subiu apenas 147%.
“As empresas de Rádio e TV foram beneficiadas pela política econômica do governo nos dos últimos anos e tiveram faturamento recorde de mais de R$ 13 bilhões. Este crescimento nunca foi repassado aos jornalistas. Os empresários, quando muito, aceitaram repor o índice de inflação e acabaram eles sim engordando seus lucros”, diz o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto).
Segundo o dirigente, as TVs apresentaram ganho real de 57% apenas com receitas provenientes de anúncios e para uma inflação de 147% apurada no período de 1996 a 2009, os salários dos jornalistas tiveram reajustes de 118%, ou seja, acumula uma perda real de 12%. “Nesta campanha os jornalistas irão lutar para que esta defasagem histórica seja minimamente resgatada”, diz Guto.

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